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...quando a varinha mágica deixou de funcionar e tens que passar a sopa com o passe vite.
Uma das coisas boas do Inverno, é os sabores e os aromas quentes que podemos usar e abusar. Os dias têm estado cinzentos, húmidos e chuvosos. As minhas saídas à rua têm-se limitado em ir ao supermercado, e nesta fase de testes da minha filha, nem a voltinha dos Domingos à tarde temos feito. As mantas e as meias quentinhas saíram dos armários, e inevitavelmente o forno voltou a trabalhar com intensidade, para além de que as horas que tenho passado na cozinha são a melhor terapia que posso fazer. As pessoas ansiosas não conseguem meditar, disse-me uma vez uma amiga, verdade!...já tentei diversas formas mas sem duvida que entre tachos, panelas, sabores e aromas é a minha melhor forma de meditar. Dei por mim a fazer rissóis, céus não fazia à eras, dão tanto trabalho, mas foram duas horas fantásticas a "meditar": amassar a massa, fazer o recheio, envolver os pastéis e no fim saboreá-los...Yammmi. No fim-de-semana, saiu lombo assado, bacalhau com natas, bolo de cenoura com cobertura de chocolate, biscoitos de gengibre e sericaia. Desapareceram em menos de nada, e ontem aproveitando o forno que assava escalopes de peru recheados, saiu mais um pão de ló de água.
Ingredientes:
700gr de leite
125gr de farinha
280gr de açúcar
6 gemas
6 claras
Raspa de limão
Q.b. Canela em pó
Q.b. Ameixas d’Elvas
Preparação:
Juntar o açúcar, a farinha e o leite numa panela e ir mexendo. Levar ao lume para engrossar e mexer bem. Acrescentar a raspa de limão. Quando engrossar, tapar com papel vegetal e deixar repousar no frio durante cerca de 20 minutos até ficar morno. Bater um pouco as gemas e juntar ao preparado. Bater as claras em castelo e juntar também aos poucos ao preparado. Mexer sempre para o mesmo lado. Quando ficar fofa, está no ponto. Colocar num prato de barro, que tem de estar quente. Polvilhar com canela em pó e levar ao forno durante 15 minutos a 200 graus.
Guarnecer com ameixas caramelizadas e servir. (não usei).
[Minha nota] Fiz apenas metade da receita e encheu completamente a tarteira de barro, que está na fotografia. Cresceu bastante e ficou muito fofa.
Com o Natal á porta já ando de volta das iguarias, todos os anos faço algo diferente...provavelmente incluir a sericaia na ementa vai ser uma delas...passou no teste :)
Apesar de andar um pouco menos ansiosa tenho que parar e entro em desespero quando se trata de parar. Nem tudo é mau nas paragens forçadas que a vida me obriga a fazer. Nem tudo é mau quando tenho de abrandar na velocidade dos dias. O problema é mesmo esse e quase sempre não me apercebo que a vida me disse para parar. Tenho dificuldade em perceber que muitas das vezes chego mais rápido onde quero ir, se optar por ir mais devagar. O pior é que quando a vida me obriga a parar tenho tendência para resistir. Os últimos tempos foram exactamente assim e eu não consegui abrandar o suficiente para repor energias e recuperar.
Os últimos tempos fora também repletos de avanços e recuos. A espera de um projecto que ora era para avançar, ora era para acabar...acabou ... e o fim foi anunciado. A noticia surgiu como uma tempestade e decisões tiveram que ser tomadas. A frio e com as emoções à flor da pele, o pior cenário foi logo posto em curso e com os dramas que ele acarreta, novamente desempregada, novamente a passar por tudo outra vez ...entrei em desespero. Mas eu não sou mesmo pessoa de baixar os braços, nunca! Fecha-se um aporta abre-se uma janela...em cima da mesa entrou um plano B, não sei se é o melhor, mas já tinha feito tanto trabalho, já dei tanto de mim, que vou arriscar. Ao menos não fico com "culpa" de que não tentei.
Pelo menos vou poder respirar por mais uns tempos e ainda por cima activa. Aos poucos volto às rotinas e à velocidade dos dias. Com ela vêm também novos desafios que podem vir a tornar-se não num balão de oxigénio mas um ar para respirar por mais algum tempo. Por enquanto não me encho de expectativas, mas aos poucos tento recuperar alguma esperança que tudo pode vir a correr bem. Depois de tudo o que já passei, claro que criei defesas mas sobretudo tenho aprendido a gerir expectativas, esta pausa, esta imensa pausa.
Porque me habituei a fazer o que tem de ser feito, desafiei a sorte entre tentativas e erros, e tenho aprendido aos poucos a esperar pelo resultado das minhas lutas e a gerir o equilíbrio entre ganhar e perder. Apesar de tudo não consigo deixar de sentir uma enorme gratidão de tudo o que tenho, e esta pausa, esta imensa pausa têm me dado espaço para olhar mais para o interior de mim, um desafio que me leva sentir tudo aquilo que sou e a imensa sorte que tenho. E é assim mesmo!
... a vida se desmorona como um baralho de cartas.
Valeriana – Combate ansiedade, stress. Regula o sono. Alívio de dores menstruais.
"Talvez algum dia eu sinta a felicidade. Talvez algum dia eu..." Se pensa assim, este "algum dia" nunca vai chegar. A plenitude que procura é uma realidade que está a acontecer agora. Simplesmente precisa de retirar as camadas de ilusão que foram colocadas nas sua mente. A verdade é: o lugar onde está agora é exatamente onde precisa de estar.