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"O que revela a nossa força não é sermos imbatíveis, incansáveis, invulneráveis. O que revela a nossa força é a coragem de avançar, ainda que com medo. É a vontade de viver, mesmo que já tenhamos morrido um pouco ou muito, aqui e ali, pelo caminho. É a intenção de não desistirmos de nós mesmos, por maior que às vezes seja a tentação. São os gestos de gentileza e ternura que somente os fortes conseguem ter." Caio Abreu
Sem duvida que Setembro foi um mês com muitos "(Re)'s". Foi intenso de actividades e emoções, foi rápido e cheio de (re)novações e (re)começos. Arrumaram-se ideias, gavetas e o coração. Os arquivos foram limpos e deixei ir o que não fazia falta. Um novo ciclo de vida.
(Re)fazer. Tentar, falhar, tentar novamente, falhar novamente, (re)fazer mais. Nunca desistir, aceitando sempre a importância de lutar sempre por tudo aquilo que quero, sem nunca esquecer de saber assumir as derrotas.
Caminhar todos os dias de Setembro, um dia de cada vez. Com passos tranquilos e outros mais agitados, uns certos e outros incertos. Mas, sempre em frente. Encaro, aceito e vivo o que a vida me dá com muita gratidão porque acredito e tenho fé que tudo começa em mim e eu mereço.
Nem sempre é simples, nem sempre é fácil....mas é possível. E é assim mesmo!
(adeus Setembro...até para o ano..)
"Tem a certeza que quer os sofás com o tecido do avesso?" Esta pergunta foi-me feita meia dúzia de vezes quando à vinte anos escolhi o tecido para os nossos sofás da sala. Desfolhamos muitas revistas de decoração, tínhamos até desenhado os cortinados da sala que tinham pendentes com o tecido igual aos sofás. O "avesso" do catálogo dos tecidos é que era o que nós idealizamos. Era assim que queríamos.
"Duvidei da escolha, mas admito que os sofás com o tecido do avesso, ficaram muito bonitos" (disse o vendedor quando mos entregou). E ficaram mesmo bem! Foram muito caros e de qualidade comprovada, a estrutura mantêm-se de pedra e cal pronta para durar mais vinte anos. Gosto muito dos meus sofás e por mais voltas que dê o design dos mesmos é o único que gosto. Mas precisam tanto de ser estofados porque o tecido, esse sim, está a ficar velho do uso e têm nódoas que já não saem. Está nos nossos planos, mas é caro e quando definimos prioridades, fica sempre para ultimo. Durante alguns anos tiveram com umas colchas de algodão para proteger, esconder as nódoas e tapar a necessidade que sentiamos em mudar o aspecto da sala. O ano passado comprei umas mantas mais coloridas na tentativa de os tornar mais confortáveis, mas não deixavam de ser mantas e não tapavam a totalidade.
Desta vez é que foi, longe do objectivo de mandar estofar, encontrei umas capas que consegui adaptar muito bem e a um preço muito em conta. Após 6h a cozer as barras para não ficarem visíveis, passar a ferro e compor umas capas, que não são exactamente á medida mas que encaixam muito bem, o resultado foi superior ao esperado. A sala parece outra e os sofás parecem novos.
#querido mudei os sofás
todososdias
Mandar estofar continua nos planos, mas está ainda muito em baixo na lista das prioridades. Quem sabe um dia.
Uma (re)decoração que me encheu de ideias para alguns pormenores que vão tornar a sala mais acolhedora nesta estação que agora começou. (re)ciclar almofadas e abajur já está nos planos, e já estou a por mãos á obra!
"Não leve as experiências da vida tão a sério. Não deixe principalmente que elas o magoem, pois na realidade, nada mais são do que experiências de sonho... Se as circunstâncias forem más e você precisar suportá-las, não faça delas uma parte de você mesmo. Desempenhe o seu papel no palco da vida, mas nunca esqueça de que se trata apenas de um papel. O que você perder no mundo não será uma perda para sua alma. Confie em Deus e destrua o medo, que paralisa todos os esforços para ser bem sucedido e atrai exatamente aquilo que você receia." Paramahansa Yogananda
Estas palavras encontraram-me, Setembro está quase no fim, (re)construí e (re)desconstruí. Portas que se fecharam e janelas que se abriram. Pessoas que saíram e pessoas que entraram. O caminho é assim mesmo, momentos difíceis em que o desespero e o medo me invadiram a momentos mais fáceis em que tudo pareceu fluir com alegria. Ter fé e aceitar que tudo isto faz parte da minha vida vida, deixando para trás o que me atormenta. E sem nunca baixar os braços...abrir caminho e semear raízes. Com a certeza que me cabe a mim decidir, sem medo, qual o caminho que me torna mais feliz. E é assim mesmo!
" O Outono é uma estação para recriar, ressurgir das cinzas...florescer." L. Gosuen
Gosto do Outono! Gosto do tempo, do mistério e do aconchego desta estação! Outono para mim é sinónimo de fins de tarde de sol quente e vento frio, de aconchego das mantas, de bolo caseiro com chá, de aromas a canela, de cores quentes...mas principalmente de renovação!
É quando as arvores deixam cair as suas folhas para recomeçar o ciclo da vida. É a natureza a seguir o seu propósito. Algo que muitas vezes tenho dificuldade em fazer. Tantas vezes perdi algo que gostava, que me provocou tristeza, lágrimas, revolta... e depois passado algum tempo, parei para pensar que afinal não era assim tão essencial à minha vida...até me trouxe outras coisas bem melhores, novas folhas.
É a natureza a lembrar-me que tenho que praticar o desapego. Deixar cair as folhas que precisam de ir, abrir o coração e preparar-me para (re)florescer de novo. (Re)começar ... para começar de novo!
(eram 9h20m...quando o Outono chegou, estava quase a terminar a minha caminhada, recebi-o de braços abertos, o vento fresco bateu-me no rosto e os raios de sol cobriram-me de energia. senti-me em paz. Outono e novas energias. e é assim mesmo!)
A partir de hoje faço novamente parte das estatísticas dos desempregados. Desta vez foi diferente, sem filas, sem desorganização, quatro anos depois o centro de emprego está diferente. Em 2011 a crise entrava em grande velocidade e os serviços não estavam preparados para o que estava a acontecer, ir ao centro de emprego era para mim traumático e doloroso, sem contar com a carga emocional que me acompanhava. Hoje foi tudo mais célere e bem mais simples. (Vamos ver se vai ser assim para deferirem o meu processo.) O que se mantêm igual são as provas, impressionante como quatro anos depois não ouve nenhuma alminha que melhorasse este procedimento e mais grave quando perguntei pela procura ativa de emprego, a resposta do técnico desta vez foi: "na minha opinião, aconselho fazer 1 por semana". Na minha opinião???? Meus senhores não existem regras?. Sem comentários.
Hoje foi mais leve, sem lágrimas, sem dramas. Apesar da realidade de estar novamente desempregada ser assustadora. Tenho (re)aprendido lentamente a gerir as minhas emoções, a caminhar todos os meus dias passo a passo e a (re)construir o meu caminho tentando não me preocupar tanto com a chegada. Tenho fé e acredito que os (re)começos renovam, rejuvenescem, reforçam, realimentam a alma e dão sentido à vida que por natureza é cheia de ciclos e de muitas, mas mesmo muitas, voltas.