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Filha! Hoje senti que não estava preparada...mas, mesmo assim, vou tentar! Só quero que saibas que eu estou aqui! Estou aqui para quase tudo...acho eu!
“Eu gosto de viver. Já me senti ferozmente, desesperadamente, agudamente infeliz, dilacerada pelo sofrimento, mas através disso soube e sei, com absoluta certeza, que estar viva é sensacional.” Agatha Christie
Estas palavras encontraram-me, porque viver não é sobre o que me falta, é sobre o que faço com o que tenho. E é assim mesmo!
O mais difícil desta imensa pausa é que os meus medos vão-me destruindo, a promessa de trabalho para Janeiro saltou para Fevereiro e prolongou-se até Março. Prometi a mim mesma que ganhava coragem e que depois da Páscoa ia tentar perceber o porquê desta tão longa espera, uma receita médica foi o mote e eu que pensava que andava a adiar a vida encarregou-se de adiar por mim. A candidatura não foi aceite porque um dos requisitos é eu estar desempregada à mais de seis meses, por isso só em Abril é que se pode submeter nova candidatura.
Doeu, senti o mundo desabar um pouco dentro de mim, mas a promessa mantêm-se. Saber a verdade alivia a minha ansiedade diária a cada vez que o telefone toca, mas um misto de tristeza e medo que volte a falhar encheu o meu coração. A verdade é que as coisas para nós nunca avançam à primeira, as chaves nunca giram à primeira, as portas nunca abrem sozinhas...temos sempre que empurrar, com muita, muita força.
Nos momentos de maior insegurança e medo pergunto-me se não me estou a acomodar, ou se é a minha ansiedade a falar mais alto. Os dias estão a custar a passar, estão a custar a virar ao contrário, mas acredito e tenho fé que apesar de tardar as coisas não vão falhar. Respiro fundo e tento acalmar o meu coração, digo-lhe que basta deixar fluir e deixar que as coisas voltem aos seus lugares pela mão da vida. Acredito e tenho fé que todos os dias o dia que espero fica mais perto. E é assim mesmo!
Já estávamos em "divida" com a aldeia desde Novembro e ficar por casa a dividirmos-nos em refeições de família, a saltar de casa em casa, estava fora de questão.
Voltámos à aldeia para celebrarmos a nossa Páscoa, longe da calma do ano passado porque desta vez éramos muitos, porque foram "mini-dias" e a primavera ainda não nos brindou com dias soalheiros.
Voltámos a abrir a casa, muito embora o inverno não tenha sido muito rigoroso e as melhorias que temos feito muito contribuíram para o bom estado em que se encontrava, tem sido sempre uma preocupação minha prioritária. Aproveitámos o sol a espreitar por entre pingos de chuva para caiarmos as paredes da casa, não ficou perfeito mas o branco do pó mágico deixou a nossa casinha a brilhar. Aproveitámos a chuva para dedicarmos o tempo a organizar e a planear as próximas obras, materiais comprados antecipando as próximas mini-férias já em Abril.
Mas principalmente aproveitámos o melhor de tudo: estar, cuidar, abraçar e agradecer o tempo que o tempo nos dá para parar e valorizar o melhor que temos na vida: as nossas pessoas.
"No fundo, alguma coisa me diz que vai dar tudo certo. Que os caminhos são tortos mas a chegada é certa. Que há coisas bonitas esperando lá na frente, se a gente acreditar. E eu acredito! Vivo de acreditar. E acredito, que o que importa mesmo, não são as pedras que encontro pelo caminho, mas sim, as flores, que carrego comigo. Dentro do coração." ana jácomo