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“A natureza nunca se apressa. O seu segredo é a paciência.”, Ralph Emerson
Estas palavras encontraram-me…há coisas que pertencem a um tempo — e talvez o outono seja o meu. Hoje a chuva chegou com força, a anunciar a mudança. Ainda não há frio suficiente para os casacos quentes, mas a luz já se recolhe cedo, como se o dia também tivesse vontade de regressar a casa. Lá fora, tudo abranda. Cá dentro, a alma tenta acompanhar.
Outubro foi um mês exigente. Daqueles que pedem contenção, paciência e um silêncio estratégico. Engoli sapos — dos grandes — e aprendi a observar em vez de reagir. Nem sempre é fácil calar quando tudo em nós quer defender-se, mas há alturas em que o melhor gesto é não fazer nada. Só deixar assentar o pó. Só respirar.
Agora, aos poucos, sinto o peso a aliviar. As águas ainda estão turvas, mas já há sinais de acalmia. É como se o tempo lá fora me dissesse para confiar: tudo tem o seu ritmo, mesmo quando não o compreendemos. O outono ensina isso — que há folhas que precisam cair, para que outras possam crescer.
E talvez seja apenas isto: aceitar o ritmo das coisas, regressar ao essencial, encontrar conforto nas pequenas pausas. Porque, às vezes, o simples ato de chegar a casa — por fora e por dentro — é tudo o que precisamos para (re)começar. Respirar, acolher o agora e deixar que o tempo faça o resto. E é assim mesmo!

Estar no momento presente. Apenas e,
*premir o botão pausa

Há quem tenha hobbies… e depois há quem adore listas. Eu assumo: adoro listas! Fazê-las, reescrevê-las, colorir, sublinhar, reorganizar — tudo isto me acalma. As listas ajudam-me a pôr ordem no caos, a ver o que realmente importa e a seguir o dia com a mente mais leve e clara. Riscar uma tarefa é, para mim, um pequeno ato de autocuidado. É quase terapêutico, é como abrir uma janela na mente e deixar entrar ar fresco. Há quem veja listas como uma mania; eu vejo-as como uma obsessão saudável. Porque quando escrevo, sinto-me proativa, equilibrada e mais próxima do que quero fazer (ou ser).
Além disso, as listas também alimentam a minha criatividade. Quando lhes junto cores, rabiscos e um toque de design, até as tarefas mais aborrecidas ganham um ar de brincadeira. E quando o dever se mistura com o prazer, tudo flui com mais leveza e produtividade. A Psychology Today confirma (sim, há ciência por trás disto!): escrever listas não é apenas uma distração bonita, é um hábito que ajuda a reduzir a ansiedade, aumenta a autoestima e até melhora a produtividade. Boas notícias, portanto: fazer listas é oficialmente terapêutico.
Eis 5 boas razões para continuar a fazê-las:
Não importa se são em papel, no telemóvel, com marcadores, quadradinhos, caixinhas ou números. O que interessa é o consolo que me dão — aquela sensação de que, mesmo quando a vida é um turbilhão, há sempre uma forma de a organizar… linha a linha, risco a risco. Fazer listas é, afinal, uma forma de criar ar e luz dentro de mim. E é assim mesmo!
Tenho tido alguns destaques da equipa dos blogs, mas confesso: não costumo partilhar estas coisas por aqui — não é do meu estilo e não quero parecer presunçosa a puxar elogios! Além disso, embora passe por aqui todos os dias, muitas vezes só consigo deixar um post meu e seguir a correr, sem o tempo que gostava de ter para visitar tantos outros blogs que adoro. Mas desta vez… não dá mesmo para ficar calada!
Nos últimos trinta dias já foram quatro destaques — e, com quase 14 anos de blog, acho que é caso para um Uauuu!
É um prazer continuar a fazer parte desta comunidade tão criativa, onde ainda se partilham ideias, desabafos e sonhos com tanto carinho. Obrigada a quem está desse lado — a ler, a comentar, ou simplesmente a passar por aqui em silêncio. É isso que faz também este espaço continuar a valer a pena. ❤️
* gratidão em letras grandes

"todososdias"
“Não é que tenhamos pouco tempo para viver, mas sim que desperdiçamos muito dele. A vida é longa o suficiente, e nos foi concedida em quantidade generosa para alcançarmos grandes feitos, se soubermos investir cada momento com atenção.” Sêneca, Sobre a Brevidade da Vida
Estas palavras encontraram-me... mais uma vez, foi um “bora lá!”. Já estamos no outono, e com o fim do mês à vista os dias começam a encolher. O quintal pedia cuidado antes que as primeiras chuvas chegassem e tornassem tudo mais difícil. Era hora de preparar o descanso do inverno, limpar, arrumar, garantir que a água corre bem e que tudo respira em paz. Nada disto foi planeado. Metemos o essencial no carro e lá fomos, os dois. Como já tínhamos lá estado no verão, sabíamos o que nos esperava, bastou abrir as janelas e deixar o ar fresco entrar. Desta vez, o foco era o quintal… e fazer apenas o que o corpo e a vontade pedissem.
Começámos cedo no sábado. O tempo ajudou e, no final do dia, celebrámos com um magusto improvisado. As castanhas não eram as melhores, é verdade, mas o sabor da simplicidade compensou tudo. A noite estava amena, e ficámos lá fora, sem horas, a conversar, a rir e a respirar devagarinho. Desligámos do mundo e voltámos a sentir o que é estar simplesmente presentes.
O fim de semana passou depressa demais — entre a azáfama de deixar tudo em ordem e o corpo cansado, quase parecia que um camião tinha passado por cima de nós. Mas a mente veio leve. Veio serena, com aquela sensação boa de missão cumprida… mesmo sabendo que ficou muito por fazer. E isso, para mim, é tudo o que um fim de semana precisa de ser. Voltámos em paz. E é assim mesmo!

"todososdias"

Simplificar a vida.
*o peso da normalização. Ter orgulho das nossas diferenças.