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O outono chegou e com ele o sol vermelho-alaranjado, o sol conforto, o sol aconchego ... sol que me traz um novo tempo e me mostra a vida de outra forma, de outro prisma.
É tempo de não me focar no pequeno, no detalhezinho, mas nas questões de fundo. O que me inquieta? Quais os meus anseios? É tempo para juntar essas questões e depois encontrar forma de as resolver.
Por vezes carrego às costas desafios e mais desafios - meus e dos outros - e quando dou por mim perdi a perspectiva. Com esta postura não consigo ver em frente o horizonte, as soluções e as novas oportunidades que este sol de outono trás.
Gosto do outono, gosto deste sol de outono que desperta características minhas: alegria, otimismo e a clareza com que olho para as situações. Apenas há que voltar a acreditar no eu que vê o bem em tudo e em todos.
Observo os raios deste sol de outono, que chegam ao final do dia, uma paleta de cores vermelho-alaranjado, abro a janela e sinto o ar na forma de vento a entrar e revirar tudo. O pó desaparece, a luz mostra o que estava escondido, nomeadamente as soluções que precisava. E é assim mesmo!
“Todos os dias devíamos ouvir um pouco de música, ler uma boa poesia, ver um quadro bonito e, se possível, dizer algumas palavras sensatas.” Goethe
Estas palavras encontraram-me… veio-me à memória um email que andou a correr mundo que falava numa senhora que tinha acabado de partir para o outro lado da vida e que o marido foi encontrar imensas coisas por estrear? Ela tinha ficado à espera de uma melhor oportunidade de as usar, e acabou por nunca as desfrutar impressionante, não é? … mas tão real (experienciámos isso anos mais tarde quando a minha sogra faleceu).
Perdemos tanto tempo do nosso dia com coisas que não valem a pena…
Até me atrevo a acrescentar às palavras de Goethe… respirar fundo, sorrir com o coração e agradecer.
*aproveitar todas as coisas boas que a vida pode oferecer!
Verão e férias. Calor e praia. Mar e sal na pele. Ir e desligar. Praticar o não-fazer-nada e deixar a leveza entrar. As nossas férias este ano não têm planos apenas estão programados 20 dias de descanso-todo-o-dia. Interrompidas entre viagens cá-e-lá, o estágio dela este ano não lhe permite estar ausente do computador por isso estaremos sempre ou quase sempre por perto, certo é que será maioritariamente eu-mais-ele.
Na hora de fazer as malas só quero pensar no meu verbo-farol: s i m p l i f i c a r ! Assim, é tempo de juntar a tribo das túnicas, dos vestidos, dos calções, dos chinelos e das paez, somar o chapéu de palha e o protetor solar, os bons livros, muita fruta, saladas e petiscos, muita água, e aquele espírito das coisas pequenas que são tão boas, que só se vivem no verão e do muito que somos quando estamos juntos. E é assim mesmo!
Palvras que podiam ser minhas (se eu soubesse escrever assim):
“O tempo tudo cura e tudo mata; a mágoa passa, a deceção não nos mata, o hoje é o reflexo de ontem, os verdadeiros amigos permanecem e os falsos, felizmente, vão embora. Compreendi que as palavras têm força, que o olhar não mente e que viver é aprender com os erros. Aprendi que tudo depende da vontade, que o melhor é sermos nós mesmos e que o segredo da vida, é viver! A vida é como uma câmara. Foco o que é importante, capto bons momentos e desenvolvo a vida a partir de negativos. E, se as coisas não derem certo, tiro outra foto. Não destruo o futuro com problemas do passado. A vida é feita de escolhas. Quando dou um passo para frente, sei que alguma coisa fica para trás. A vida fez-me compreender que algumas pessoas foram feitas para ficar em nossa vida, outras foram feitas para ficar na nossa memória. Nunca corro atrás de alguém que não dá um passo por mim. Admiro as pessoas que admitem o erro, dizem que estão com saudades e deixam de lado o orgulho. Gosto das pessoas que sabem dar valor ao que têm, que fazem por merecer e não fingem ser o que não são. Chega um tempo na vida que a gente aprende que ninguém nos dececiona, nós é que colocamos expectativas demais sobre as pessoas. Cada um é o que é e só oferece aquilo que tem para oferecer. (…)” M. Amorim
"O segredo da felicidade está na liberdade; o segredo da liberdade está na coragem." Péricles
Estas palavras encontraram-me… mesmo que não queira ou não goste, a vida é feita de rotinas. Levanto-me quase sempre à mesma hora para ir trabalhar, faço todos os dias o mesmo trajeto de casa para o emprego e do emprego para casa. É inevitável! Esta é uma consequência da vida adulta. Contudo, não é preciso dinheiro nem uma grande criatividade para mudar uma ou outra coisa enriquecendo esta rotina, verdade? Organizando de uma outra forma a agenda, tudo se consegue.
Fugir do habitual… ir de encontro aos meus hobbies que compensem esses hábitos do dia-a-dia. De facto, por vezes, nem tempo para isso existe… acho eu. Existe sim! Basta querer e crer. Basta pôr a imaginação a funcionar e pensar nas pequenas coisas que gosto de fazer que me trarão um sorriso e que me farão chegar a casa com outro humor.
Libertar das amarras que a sociedade impõe ou até mesmo daquelas que imponho a mim própria e tirar melhor proveito da vida e dos pequenos momentos de descanso que ela oferece. Sentir liberdade, ter coragem de experimentar coisas que sempre quis mas nunca tive tempo ou ânimo para fazer. Não quero chegar ao fim da vida a enumerar as coisas que podia e desejava ter feito e não fiz! E é assim mesmo!