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"Ser-se inteiro é não se deixar partir em pedaços para caber nos outros.", Mia Couto
Estas palavras encontraram-me… há pessoas que simplesmente não gostam de nós. Sem dramas, sem teorias da conspiração. Simplesmente não gostam. Tal como há quem não goste de puré de batata — e convenhamos, o puré não tem culpa nenhuma.
O problema é que muitas vezes fico incomodada com isso. Dou por mim a tentar agradar, ajustar, convencer, como se estivesse num casting para o papel de “pessoa de quem todos gostam”. Mas a verdade é que quanto mais tento, mais me afasto de quem realmente sou, mais me parto em pedaços para caber nos pratos dos outros. E o puré, coitado, não foi feito para ser moldado à colher de cada freguês.
Ser autêntico é aceitar que não vou ser o prato preferido de toda a gente. E ainda bem! Porque ser alguém de quem toda a gente gosta é receita certa para perder o sabor e o caminho mais rápido para ficar sem tempero — troco a minha essência por cem versões de mim, todas mornas e sem graça.
Da próxima vez que alguém não gostar de mim (ou eu não gostar de alguém), o importante é manter a calma, a distância certa e não reagir ao calor do momento para manter o equilíbrio. Não adianta ceder à tentação de “corrigir” os temperos dos outros. Há quem não goste de puré de batata… e o puré continua a ser ótimo. E é assim mesmo!
*e está tudo bem. 🥔