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Apesar de andar um pouco menos ansiosa tenho que parar e entro em desespero quando se trata de parar. Nem tudo é mau nas paragens forçadas que a vida me obriga a fazer. Nem tudo é mau quando tenho de abrandar na velocidade dos dias. O problema é mesmo esse e quase sempre não me apercebo que a vida me disse para parar. Tenho dificuldade em perceber que muitas das vezes chego mais rápido onde quero ir, se optar por ir mais devagar. O pior é que quando a vida me obriga a parar tenho tendência para resistir. Os últimos tempos foram exactamente assim e eu não consegui abrandar o suficiente para repor energias e recuperar.
Os últimos tempos fora também repletos de avanços e recuos. A espera de um projecto que ora era para avançar, ora era para acabar...acabou ... e o fim foi anunciado. A noticia surgiu como uma tempestade e decisões tiveram que ser tomadas. A frio e com as emoções à flor da pele, o pior cenário foi logo posto em curso e com os dramas que ele acarreta, novamente desempregada, novamente a passar por tudo outra vez ...entrei em desespero. Mas eu não sou mesmo pessoa de baixar os braços, nunca! Fecha-se um aporta abre-se uma janela...em cima da mesa entrou um plano B, não sei se é o melhor, mas já tinha feito tanto trabalho, já dei tanto de mim, que vou arriscar. Ao menos não fico com "culpa" de que não tentei.
Pelo menos vou poder respirar por mais uns tempos e ainda por cima activa. Aos poucos volto às rotinas e à velocidade dos dias. Com ela vêm também novos desafios que podem vir a tornar-se não num balão de oxigénio mas um ar para respirar por mais algum tempo. Por enquanto não me encho de expectativas, mas aos poucos tento recuperar alguma esperança que tudo pode vir a correr bem. Depois de tudo o que já passei, claro que criei defesas mas sobretudo tenho aprendido a gerir expectativas, esta pausa, esta imensa pausa.
Porque me habituei a fazer o que tem de ser feito, desafiei a sorte entre tentativas e erros, e tenho aprendido aos poucos a esperar pelo resultado das minhas lutas e a gerir o equilíbrio entre ganhar e perder. Apesar de tudo não consigo deixar de sentir uma enorme gratidão de tudo o que tenho, e esta pausa, esta imensa pausa têm me dado espaço para olhar mais para o interior de mim, um desafio que me leva sentir tudo aquilo que sou e a imensa sorte que tenho. E é assim mesmo!