Há alturas em que parece mais fácil, outras é mesmo difícil. Março foi um mês realmente difícil, muitas voltas, muitas interrogações, muitas dores, muitas angustias, muitos planos que se alteraram. Mas mesmo que o mundo pareça estar a conspirar contra nós, uma coisa é certa por aqui nunca se baixa os braços.
Apesar de as malas terem ficado á porta por dois dias, conseguimos voltar à aldeia. Porque confiámos, persistimos e acreditámos que coisas boas acontecem. Foram sete dias longe de tudo e de todos, só os passarinhos e o vento a sacudir as folhas das arvores por companhia. Abrimos a casa, cortamos o mato, agarrámos a terra com as duas mãos, pintámos, começámos as obras do chuveiro, trabalhámos até à exaustão e limpámos o coração e a alma. As roseiras e as hortenses que plantamos em
Novembro brindaram-nos com os seus primeiros rebentos, desta vez tratámos de alguns ramos velhos das laranjeiras e colocámos alfazemas.
O tempo parou, sem horas, sem rotinas, ao ritmo dos dias. Acordar sem despertador, fazer refeições quando apetecia, serões a três. Repouso absoluto aos pensamentos, angustias e ansiedades que nos permitiu ouvir o nosso coração e fazer as pazes com a vida.
Dos caminhos que temos que enfrentar, alterar e modificar. Somos mais fortes e optimistas do que pensamos e não somos nós que vamos complicar. Ultrapassamos obstáculos difíceis mas não desistimos porque mantemos a esperança e a fé que depois da tempestade chega sempre a bonança, e porque acreditamos que a vida mesmo que nos troque as voltas vale sempre a pena.
Celebrámos assim a nossa Páscoa, calma e serenamente, tempo de renovar, marcado pelo ritmo da natureza e confiando que somos capazes de viver da melhor forma possível a sua mais profunda mensagem. Vamos voltar, ó se vamos.
Regressámos a casa já em Abril.
(re)começar Abril com sol, paz e todo o amor que nos rodeia.
Grata por esta nossa teimosia em querermos ser felizes todos os dias!