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“Talvez seja o amor a única coisa que a gente quer e realmente precisa para ser feliz.” Diego Vinicius
A meteo prevê tempo frio e muita chuva por isso o forno vai bombar (assados e bolinhos reconfortam, enchem a casa de aromas e ajudam a torná-la mais quentinha), os planos estão mais que certos, entre a cozinha vs limpezas e trabalhos (que entraram em modo pausa devido ás festividades natalicias) e o sofá vs muitas mantas, filmes, livros e muita preguiça. São destas pequenas e grandes coisas que a vida é constituída. Momentos da vida e dizer-nos para esquecermos o mundo lá fora, das preocupações e dar espaço a que coisas bonitas aconteçam. Ficar na “toca” não necessita de ser confinamento obrigatório. Mas sim acreditarmos que criamos a nossa vida, ou melhor, a qualidade da nossa vida. E é assim mesmo.
* premir o botão pausa
sofá + sofá x sofá
Depois de dias de hibernação profunda, voltamos lentamente à rotina dos dias. Há alturas em que parece mais fácil, outras é mesmo difícil. Num horário que começa cedo, a uma hora quase proibitiva, custa muito levantar com noite cerrada, custa muito este frio que já tínhamos sentido mas não intensamente porque ficávamos na preguiça até mais tarde, custa a entrar na rotina e a fazer o que tem de ser feito.
Admito que me está a custar imenso. Hoje não há sol, hoje a humidade instalou-se, hoje está um frio que gela os ossos...é do frio...tudo serve de desculpa e todas as desculpas são boas para procrastinar. Mas a falta de motivação também é mais que muita. Há alturas em que basta dois dedos de conversa comigo própria. Há outras em que as horas vão passando e nada...motivação zero.
No entanto, e apesar da preguiça que impera causada por um frio que insiste em ficar, já fiz uma apresentação e novas propostas e relatórios já começam a ganhar vida. Hoje estamos os três em casa, cada um no seu canto, com a sua tarefa, cada um com a sua manta e chá quentinho a acompanhar. Mesmo em dias de muito frio são estas pequenas coisas que nos aquecem, momentos que nos fazem sentir gratos e acções que nos fazem acreditar. Cá por casa gostamos daquilo que é nosso, muito nosso. E é assim mesmo!
É bom poder preguiçar um bocadinho além das habituais sete da manhã. Ficar um pouco mais no aconchego quente da cama e em silêncio e paz poder tirar meia hora só para mim, alinhar pensamentos, repor energias, agradecer por tanto. Preparar um pequeno-almoço simples, de reconfortante, olhar para a "agenda" dos dias que ainda temos até o ano acabar e ter a certeza absoluta que quando voltarmos à velocidade dos dias, às nossas rotinas, à distância que nos separa, tudo, mas tudo mesmo, vai correr bem. E é assim mesmo!
A lista de Setembro foi praticamente toda cumprida. Levanto-me quase todos os dias às 7h mas tenho voltado para a cama, não para dormir mas com uma ronha que não consigo explicar, resultado as caminhadas diárias têm sido um pouco mais tardias e as manhãs têm sido mais curtas, valha-me as tardes que me têm permitido ter sempre o trabalho em dia (agora a dobrar com os trabalhos do curso). Quanto a acabar com a medicação, saltou para a lista deste mês.
Outubro traz uma espécie de ar fresco que se renova, que carrega em si muitas horas de entusiasmo e trabalho num rumo longe ainda de ser seguro. Ir um pouco mais além é agora uma espécie de mantra. E é precisamente neste ir um pouco mais além que se centram todas as minhas forças, convicções e toda a fé que tudo serão passos para a frente...E é assim mesmo!
Entrar novamente no ritmo leva tempo. Regressámos de férias, sinto saudades de tudo o que de bom estas duas semanas me trouxeram: nós os três...tão próprio de nós. Sem pressas, sem horas, sem internet, sem confusões. Grandes ajuntamentos de pessoas só quando tínhamos que ir às compras (e apenas os bens essências para a nossa despensa, nada de montras e compras extras), na praia que tão bem conhecemos com o seu enorme areal permite estarmos tranquilos mesmo com muita gente.
Pequenos almoços às tantas, tarde a aproveitar cada minuto de sol (menos o vento que este ano resolveu dar "ares da sua graça", sem falar da água que xiça estava tão fria), sandochas super recheadas e fresquinhas, leituras em dia, muita perguiça, serões a jogar a três.
Dois jantares, dois passeios à noite. Um regado com pizza e pulseirinhas à beira mar em Albufeira. O outro um franguinho piri-piri e uma voltinha e Pêra. Ainda recebemos "amigos" para jantar, mas é uma aventura que fica para outro post.
Já não é a primeira vez que estamos ao Sul, infinitamente simpático e disponível. Quem diria que a casa nestes anos nos têm acolhido se revelou o lugar que tanto queríamos para apreciar os dias, que passaram devagar, ao sabor da vida boa que nem sempre conseguimos reconhecer e agradecer.
Acho que nestes últimos anos a casa até á mais nossa, considerando os dias que a habitámos relativamente ao proprietário. Cuidamos dela, limpámos e arranjamos como se nossa fosse.
Apesar das minhas ansiedades, que agora não são para aqui chamadas, e que eu vou vencer...foi muito bom, regressámos com a alma cheia de dias bons, azuis, e a vontade de os prolongar o resto do verão.
"Os dias bons não são os que ficam para lembrança. São aqueles que se esquecem, porque se repetem na mais estúpida felicidade, mas que, todos juntos, servirão para um dia eu poder dizer "sim, eu já fui feliz." (Miguel Esteves Cardoso)