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"todososdias"
A única escapadinha deste ano serviu de mote para o nosso almoço deste domingo, no regresso almoçámos num restaurante à beira da estrada, daqueles que enchem ao fim de semana com famílias inteiras. Acolhedor, muito bem servidos e a comida muito reconfortante. Comi arroz de carqueja com entrecosto e enchidos, estava tão bom que tentei absorver todos os pormenores para depois poder replicar em casa. Nessa mesma semana a carqueja entrou lá em casa e acabou por ficar esquecida desde março, no meio dos meus frascos de ervas da despensa.
O arroz de carqueja é um prato típico da gastronomia portuguesa, sendo uma especialidade na região da Beira Baixa. Após varias pesquisas de receitas, não fiz com o tradicional frango do campo, nem com coelho mas sim com entrecosto tal como me foi servido no restaurante. Fica, igualmente, uma delícia.
Ingredientes:
Entrecosto de porco em pedaços, Chouriço mouro, Arroz, Cebola, Alho, Vinho tinto, Azeite Sal, pimenta, colorau q.b.
Chá de carqueja
Preparação:
Faz-se uma marinada, na véspera, com o entrecosto, vinho tinto, dentes de alho cortados às rodelas, uma pitada de sal, pimenta, colorau e 1 folha de louro.
No próprio dia, faz-se uma infusão dos ramos de carqueja em um litro de água a ferver e deixa-se repousar cerca de 1 hora minutos.
Num tacho, refoga-se uma cebola picada, dois dentes de alho picados, uma folha de louro e um fio de azeite. Acrescenta-se o entrecosto e envolve-se no refogado, deixa-se a carne selar de ambos os lados, virando-a. Quando a carne estiver douradinha, vai-se acrescentando aos poucos o molho da marinada, previamente coado. Baixa-se o lume, tapa-se e deixa-se cozinhar lentamente, até a carne ficar macia.
Num outro tacho, faz-se um novo refogado com cebola picada e azeite. Junta-se ¼ do chouriço mouro desfeito em pedaços, previamente cozido, envolve-se durante um a dois minutos. Seguidamente junta-se o arroz e o entrecosto, deixa-se cozinhar um pouco e acrescenta-se o caldo de infusão da carqueja. Depois de levantar fervura, retificam-se os temperos.
Quando o arroz estiver cozido decora-se com o restante chouriço mouro cortado às rodelas e serve-se de imediato
Minha nota 1: Para pratos de carne ou de peixe por norma costumo usar uma porção de aprox. 300gr. por pessoa, no entanto as quantidades dependem sempre do numero de pessoas e do tipo de prato
Minha nota 2: Quando o entrecosto ficou bem cozinhado (por aqui demorou apx. 1h), separei do molho que havia no tacho, usei apenas duas colheres para dar sabor quando cozinhei o arroz. Muito embora a infusão de carqueja ajude a reduzir a intensidade do sabor do entrecosto o facto de ter retirado o molho ajudou a reduzir ainda mais um pouco bem como a quantidade de gordura.
Minha nota 3: Usei um tacho de barro, sem duvida que fica muito mais saboroso.
Minha nota 4: BOTÂNICA/Carqueja(Pterospartum tridentatum) planta silvestre, desprovida de folhas, pertencente à estirpe das Leguminosas, que surge espontaneamente em Portugal.
Tenho fé e acredito que iremos continuar a aplicar estas nossas escapadinhas, a deste ano foi cumprida (ainda sem bicho), as próximas não estão descartadas apenas em stand by, até porque preciso de renovar o meu livro de receitas ;)
E é assim mesmo!
Uma receita feliz, num dia feliz...nada como repetir. Ficou divinal e muito gourmet. Eh! Eh! Eh! ❤❤❤
"todososdias"
Para mim, a cozinha é sem duvida um lugar muito especial. O coração da minha casa. É onde passo grande parte do meu tempo quando estou em casa, e não é só para cozinhar. Neste espaço há uma energia que merece uma maior atenção. É onde fazemos todas as nossas principais refeições, celebramos dias especiais, recebemos visitas, petiscamos, bebemos um copo de vinho (ou chá) ou simplesmente convivemos. É também na cozinha que trato da roupa, faço os meus trabalhos manuais e cuido das minhas plantas.
Com excepção de passar a ferro (céus…como eu detesto passar a ferro, no entanto nada fica por passar, o lema é da corda para a tábua), todo o resto é sinónimo de coisas boas. Mas cozinhar é sem duvida o mais especial, um ato de relaxamento para mim, funciona como uma espécie de terapia e meditação. Tem sido assim desde jovem, em regra geral bolos e sobremesas eram responsabilidade minha, e a aventura de refeições salgadas, fora do tradicional que a minha mãe sempre confeccionava, eram uma constante, com a minha irmã como cobaia.
Posso dizer que o ato de cozinhar me manteve (e mantêm) sã. Descobri, especialmente numa fase muito complicada, que cozinhar me fazia particularmente bem, momentos de prazer e de escape que me fazem encontrar com o meu eu interior. Apura-me os sentidos, a criatividade, a imaginação e a intuição.
Cozinhar e todos os processos que me levam lá, são uma espécie de ritual para mim. Tudo começa pelas refeições do fim-de-semana, vou pensando e organizando ao longo da semana. Nessa base surgem naturalmente os jantares semanais e as marmitas, tentando não repetir. Muitas das vezes a época do ano, bem como produtos que vejo no supermercado a chamarem por mim, são também factores que fazem a diferença.
No dia a dia a cozinha é o nosso lugar de partilha, na correria dos dias é onde aproveitamos para nos encontrar, cuidar e mimar. Cozinhar é sempre um pouco mais a correr, tenho que ser mais prática pois também tenho que preparar três marmitas para o dia seguinte. Habitualmente aos jantares opto por refeições mais simples e mais leves, mas os almoços têm de ser mais cuidados porque são para aquecer.
Já ao fim de semana tudo muda, as refeições são mais elaboradas, principalmente nos dias mais frios em que apetece refeições mais reconfortantes. Como anoitece mais cedo, acendo velas e o forno não têm ordem de descanso, aproveito sempre para fazer um bolo e biscoitos para durante a semana. Final de tarde de um sábado e eu na minha cozinha, é sinonimo de modo paz. Nada fica de fora de preparo, os aromas misturam-se, a mesa posta sempre bonita, tudo fica tão acolhedor e a magia acontece.
Valorizo ao minuto o tempo que passo neste meu lugar especial. É o que mais gosto de fazer: cozinhar e amar. Cuido de mim e cuido dos meus. E agradecer, sempre, todas as coisas boas que têm acontecido na minha vida. E é assim mesmo!
Não é o trabalho. O que me desgraça são as ofertas dos “clientes”.
(há duas semanas seguidas que é assim, e vêm aos pares)
A chuva caiu intensamente toda a manhã por isso aproveitei para passar a ferro, a tarde empurrou-me para o sofá e para a 3° temporada da 'Guerra dos tronos' (confesso que estou a ficar viciada mas fica para outro post). Final do dia ligar o forno, o mote foi frango assado mas também saiu Bolo de cenoura com cobertura de chocolate e estes torcidos de azeite e canela que estão a ser a minha companhia neste serão no sofá 💕
Sábado feito de alegrias pequenas, lento, reconfortante e bem vivido. De coração cheio. Grata!
Ingredientes:
2 ovos
"todososdias"
Nunca tinha feito lombinhos de porco, ficavam sempre a olhar para mim no balcão do talho, desta vez vieram comigo para experimentar. Após varias pesquisas de receitas adaptei um pouco ao meu jeito, mantendo como base a minha maneira de fazer assados de carne sem faltar as tradicionais batatinhas que cá em casa gostamos muito como acompanhamento neste tipo de pratos. O resultado foi superior ao esperado, é uma carne muito tenrinha e suculenta, ao contrario do tradicional lombo de porco que em regra geral fica mais seco quando assado no forno, por isso optava sempre por estufar na panela primeiro e só levava ao forno para tostar juntamente com as batatas. É mais caro, mas se comprar em promoção, como foi o caso, compensa porque o tempo de forno é muito inferior.
Ingredientes
Lombinhos de porco (usei dois para nós os três e hoje ainda tenho jantar)
Alhos, colorau, vinho branco, sal, pimenta, manteiga, azeite, louro, alecrim, mel e mostarda qb
Preparação
Comecei por temperar os lombinhos com os alhos picados, o colorau, um fio de azeite, sal, pimenta, alecrim e vinho branco. Deixei repousar algumas horas. Fiz uma pasta com o mel e a mostarda que pincelei nos lombos antes de colocar no forno. Aproveitei a marinada e coloquei por cima um pouco de manteiga, finalmente juntei as batatinhas temperadas com sal, pimenta, colorau e um fio de azeite.
Como é habito, o forno ligado tem que ser rentabilizado por isso fiz uma torta de laranja e fogaças. No Domingo fiz arroz de pato e uns quadrados de chocolate para a minha filha levar para a escola. É muito provável que o forno esta semana continue em acção pois ela está em campanha para a associação de estudantes. Tendo em conta que estar entre tachos e panelas tem em mim um efeito terapêutico, bora lá!