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Tenho tido alguns destaques da equipa dos blogs, mas confesso: não costumo partilhar estas coisas por aqui — não é do meu estilo e não quero parecer presunçosa a puxar elogios! Além disso, embora passe por aqui todos os dias, muitas vezes só consigo deixar um post meu e seguir a correr, sem o tempo que gostava de ter para visitar tantos outros blogs que adoro. Mas desta vez… não dá mesmo para ficar calada!
Nos últimos trinta dias já foram quatro destaques — e, com quase 14 anos de blog, acho que é caso para um Uauuu!
É um prazer continuar a fazer parte desta comunidade tão criativa, onde ainda se partilham ideias, desabafos e sonhos com tanto carinho. Obrigada a quem está desse lado — a ler, a comentar, ou simplesmente a passar por aqui em silêncio. É isso que faz também este espaço continuar a valer a pena. ❤️
* gratidão em letras grandes

"todososdias"
“Não é que tenhamos pouco tempo para viver, mas sim que desperdiçamos muito dele. A vida é longa o suficiente, e nos foi concedida em quantidade generosa para alcançarmos grandes feitos, se soubermos investir cada momento com atenção.” Sêneca, Sobre a Brevidade da Vida
Estas palavras encontraram-me... mais uma vez, foi um “bora lá!”. Já estamos no outono, e com o fim do mês à vista os dias começam a encolher. O quintal pedia cuidado antes que as primeiras chuvas chegassem e tornassem tudo mais difícil. Era hora de preparar o descanso do inverno, limpar, arrumar, garantir que a água corre bem e que tudo respira em paz. Nada disto foi planeado. Metemos o essencial no carro e lá fomos, os dois. Como já tínhamos lá estado no verão, sabíamos o que nos esperava, bastou abrir as janelas e deixar o ar fresco entrar. Desta vez, o foco era o quintal… e fazer apenas o que o corpo e a vontade pedissem.
Começámos cedo no sábado. O tempo ajudou e, no final do dia, celebrámos com um magusto improvisado. As castanhas não eram as melhores, é verdade, mas o sabor da simplicidade compensou tudo. A noite estava amena, e ficámos lá fora, sem horas, a conversar, a rir e a respirar devagarinho. Desligámos do mundo e voltámos a sentir o que é estar simplesmente presentes.
O fim de semana passou depressa demais — entre a azáfama de deixar tudo em ordem e o corpo cansado, quase parecia que um camião tinha passado por cima de nós. Mas a mente veio leve. Veio serena, com aquela sensação boa de missão cumprida… mesmo sabendo que ficou muito por fazer. E isso, para mim, é tudo o que um fim de semana precisa de ser. Voltámos em paz. E é assim mesmo!

"todososdias"

Dizem que, em Portugal, morrem em média 12 pessoas por dia vítimas de enfarte do miocárdio. Doze! Só de escrever isto já sinto o coração a pedir mais cuidado. E a verdade é que não precisamos de esperar por uma data no calendário para falar sobre o assunto: quando se trata de coração, todos os dias contam.
A boa notícia? Li num artigo que muito está, literalmente, nas nossas mãos. E isso dá-me algum alento: se eu posso escolher mexer-me mais, comer melhor, controlar o stress (ok, esta parte é sempre a mais desafiante…), então já estou a dar corda ao meu coração para bater com mais força e durante mais tempo.
A realidade é que o enfarte não escolhe horas nem idades, mas adora quem acumula riscos: diabetes, tensão alta, tabaco, sofá… quanto mais carregamos a lista, mais fácil é ele bater-nos à porta. Eu prefiro pensar que o coração até é boa gente: antes de se zangar a sério, dá sinais e pede mudanças. O meu já me piscou o olho e eu prometi-lhe que ia ser mais amiga. A tarefa é fácil — apenas preciso de ser mais rigorosa com hábitos que já tinha, faço pequenos ajustes, levo a coisa mais a sério e, fórmulas simples também ajudam a saber se estou no bom caminho. Basta olhar para a mão:
Simples, não é? A mão funciona como um copo medidor portátil — anda sempre comigo, zero desculpas.
E já que falo de mãos, não esqueço os pés. Eles só pedem 30 minutos de atividade fisica por dia. No meu caso, entre transportes e escadas do trabalho ultrapasso os minutos necessários, entretanto e voltei às caminhadas (a pausa na fisioterapia da minha filha até me trouxe companhia), por isso já vou riscando esse objetivo com alguma pinta. Pode parecer pouco, mas faz milagres — e o coração agradece. Aprendi que não é preciso viver com medo do enfarte, mas sim com vontade de lhe fechar a porta. E se há coisa que quero, é que o meu coração continue a trabalhar sem greves nem birras. No fundo, é isto: prevenir é tratar-me um bocadinho todos os dias. E é assim mesmo!

Simplificar a vida. Abrir novas janelas. Janelas com mais sentido. Que nos fazem bem.

Retirar peso à vida. Aceita o tempo que o tempo precisa. Fazer como a giesta que floresce em terrenos agrestes, sem pressa nem alarde, confiando que até no silencio do monte a vida sabe quando florir. Tudo acontece no tempo certo.
resumir junho vs dias muito bonitos 🏡
Foi o que prometemos, foi o que eu tinha planeado... na vida só não se consegue o que não se quer com o coração e pessoas felizes são mais felizes porque acreditam.
Só nós dois, numa escapadinha que teve como mote o nosso 30º aniversário ...
* A viagem foi em modo passeio, sem pressa de chegar ao destino. Viajar pelo Alentejo é deixarmo-nos levar ao ritmo da terra, onde cada paragem convida a saborear o momento sem pressa. Exatamente como a primeira paragem para almoço, deliciosa, típica, e muito, muito longa, foram 2horas de convívio genuíno com os donos do restaurante, desde as sopas de cação, passando pela carne no alguidar com migas, nada faltou sempre acompanhadas com bom queijo e bom vinho. Terminamos com licor de poejo com hortelã, visita à cozinha e a promessa de voltar com a família. Seguimos viagem porque o calor era muito, mas no regresso voltámos para conhecer melhor Montemor.

"todososdias"
Até ao destino ainda tínhamos algumas horas de caminho, vastas planícies que se estendem até onde o olhar alcança, ondulando suavemente sob o céu amplo e luminoso. Os campos dourados, os sobreiros solitários e as aldeias brancas pontuam o caminho com uma beleza simples e autêntica. Aqui, cada curva da estrada pode levar a um miradouro inesperado, a uma herdade acolhedora ou a um recanto onde apenas o vento e os sons da natureza fazem companhia. Contornámos Évora que tão bem conhecemos
Viajar pelo Alentejo é uma experiência que convida à contemplação e ao encontro com o essencial. É uma terra de horizontes abertos, onde o tempo parece abrandar e cada quilómetro revela a serenidade de uma paisagem moldada pelo sol e pelo silêncio.

"todososdias"
Chegámos ao final da tarde, descarregámos as malas e deixámo-nos levar pela curiosidade de explorar a aldeia, desconhecida e tranquila. Acabámos numa esplanada à beira da barragem, a refrescar-nos com uma bebida enquanto o corpo começava finalmente a desacelerar. Com o calor ainda bem presente apesar de já serem oito da noite, o convite da água falou mais alto e fomos a banhos. Ficámos ali, sem pressa, a apreciar aquela paisagem ampla e serena, tão diferente do habitual. Sem apetite e sem planos, apenas a aproveitar o silêncio, o calor, o som das aves a recolher e o cair lento de uma noite de verão que prometia mais dias assim.

"todososdias"