Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Quando estou dispersa ou preciso acalmar quando estou hiperativa, nada mais simples que usar a Técnica de respiração em quatro pontos, que me permite encontrar o ritmo sempre que saio da sincronia e acalmar rapidamente em qualquer altura ou em qualquer lugar.
Respiração em quatro pontos (L. Palladino):
Primeiro, olhar em redor e encontrar algo que tenha quatro cantos (um quadro, uma janela, uma porta). Começar:
1. Olhar para o canto superior esquerdo e inspirar contando até 4
2. Mover o olhar para o canto superior direito e suster a respiração contando até 4.
3. Mover o olhar para o canto inferior direito e expirar contando até 4
4 .Mover o olhar para o canto inferior esquerdo, e dizer mentalmente as palavras “Relaxa, relaxa, sorri”.
Utilizar em qualquer altura em que seja necessária uma mudança rápida de ritmo. Olhar um ponto focal fora de nós próprios, quebra os sentimentos de auto-absorção tais como preocupação, falta de autoconfiança e culpa. E a prática de respiração consciente ajuda a centrar e a regressarmos ao momento presente.
Pode-se repetir quantas vezes quisermos, até sentirmos que atingimos o ponto de mudança de ritmo pretendido.
Gosto de mudar as capas das camas quando muda a estação. Gosto de ter mantas para deixar aos pés da cama. Gosto de renovar as mantas que temos nos sofás da sala. Gosto de trazer cores novas, nestes tons tão bonitos e especiais que o Outono nos traz.
Há quem não goste do Outono. Há quem não goste do frio, ou da chuva, ou do vento, ou das folhas velhas nas árvores. Eu confesso que apesar de ser uma pessoa de verão, rendo-me quando o Outono chega e traz com ele um monte de coisas deliciosas. Mantas que aconchegam, castanhas assadas, romãs, biscoitos a sair do forno, sopas quentinhas, conforto da casa, a luz mais dourada, esta vontade de mudar. E na nossa casa há sempre coisas a mudar. De lugar e de estação. E é assim mesmo!
“A respiração está alinhada com corpo e mente e ela sozinha é a ferramenta que pode uni-los, iluminando e trazendo ambos para a paz e a tranquilidade… Mantenha sua coluna erecta. Isso é muito importante. O pescoço e a cabeça devem estar alinhados com sua coluna vertebral; eles devem estar erectos mas nem duros nem tensos. Mantenha seus olhos focados um ou dois metros à sua frente. Se você puder, mantenha um leve sorriso. Agora comece a seguir sua respiração e a relaxar os músculos. Concentre-se em manter sua coluna erecta e seguir sua respiração. Em relação a todo o resto, deixe ir. Deixe absolutamente tudo ir”. (“let go of everything”) Thich Nhat Hanh
A praticar todos os dias quando ainda o sol não nasceu... gasto parte do meu tempo a pensar em coisas que não valem a pena... e ainda por cima tenho a mania de sofrer por antecipação! Foco-me demasiado nos erros, nos medos, nas qualidades menos fortes, em de vez fazer o melhor que sei com o que tenho. A isto se chama aceitação e inteligência.
Ando a dormir pouco, levo para a cama o corpo cansado, atulhado de tralha mental e ainda me pergunto porque é que acordo demasiadamente cedo. Reviver nesta altura do dia o passado, tempestades e chatices só faz com que tenha noites mal-dormidas e, com muita probabilidade de acordar mais cansada do que quando me deitei.
Ora, troco as voltas à mente que está a criar dificuldades, até porque se o corpo está a descansar e eu não consigo dormir, não há razão para forçar. O sono é uma dessas energias que não podem ser controladas. Se tentar controlá-lo, vou ficar agitada.
Por isso aproveito esse momento para meditar. Em vez de ficar preocupada porque perdi o sono, aproveito as horas até o despertador tocar para ficar deitada em silêncio, a desfrutar o silêncio da noite, descanso, e oiço… os sons da noite estão ali.
Por vezes até volto a cair lentamente no sono outra vez, contudo o fato de o sono vir ou não vir torna-se irrelevante, é simplesmente uma estratégia interna porque o importante é relaxar nesses sentimentos.
E é assim mesmo!
Nos últimos tempos houve demasiados momentos em que a vida me trocou as voltas, só queria que o meu cérebro se desligasse, com um botão. Adormecia cansada, acordava cansada, não conseguia parar de pensar e interpretar comportamentos. Uma vez, num grupo de trabalho, ensinaram-me esta meditação que pratico muitas vezes, andava a “destralhar” quando encontrei o caderno com as notas que tomei. É muito simples, mas sem dúvida transformador. Faço sempre que não consigo adormecer ou quando estou ansiosa. Muitas das vezes o melhor ansiolítico é mesmo parar e permitir sentir as emoções que não nos largam.
Body Scan Meditation
(10 minutos)
* Porquê?
O body scan é uma das maneiras mais eficazes e simples de iniciar uma prática de meditação plena. O objetivo é entrar em sintonia com o nosso corpo e nos reconectarmos a nós próprios, o que leva naturalmente a que sejamos mais presentes no momento e menos ansiosos no futuro. Aumenta a nossa capacidade de trazer toda a sua atenção para as experiências em tempo real que acontecem no momento presente – especialmente útil quando sentimos que andamos mais ansiosos e para os “overthinkers”.
* Como?
1. Posição confortável, de preferência deitados, se esta meditação for incluída na rotina de bem-estar da noite, tente que seja a última atividade, pois muito provavelmente vão ficar tão relaxado que vai adormecer imediatamente a seguir.
2. Inicie com algumas respirações profundas (4). Quando sentir a respiração a desacelerar, comece a respirar pela barriga em vez do peito, permitindo que o abdómen se expanda e se contraia a cada respiração.
3. Façam um scan a todo o corpo. Começando de baixo para cima, tomem consciência da palma do pé, e movam toda a experiência sensorial para lá, até à cabeça, passando por cada membro do corpo. Nas zonas onde existe uma maior tensão acumulada, pode existir alguma dor ou bloqueio ao relaxamento, e é ai que deve estar o vosso foco.
* Quando?
- Rotinas de bem-estar. Manhã, noite.
- Pausas no trabalho.
- Qualquer situação em que sintamos que precisamos de “abrandar” e “reconectar”.
Às vezes, são as pequenas coisas que nos salvam: reciclar, renovar e (re)criar. Exelente combinação com o tempo menos frio, os dias mais logos, os sorrisos que partilhamos e uma aconcheante chávena de chá. E é assim mesmo!
Para mim, a cozinha é sem duvida um lugar muito especial. O coração da minha casa. É onde passo grande parte do meu tempo quando estou em casa, e não é só para cozinhar. Neste espaço há uma energia que merece uma maior atenção. É onde fazemos todas as nossas principais refeições, celebramos dias especiais, recebemos visitas, petiscamos, bebemos um copo de vinho (ou chá) ou simplesmente convivemos. É também na cozinha que trato da roupa, faço os meus trabalhos manuais e cuido das minhas plantas.
Com excepção de passar a ferro (céus…como eu detesto passar a ferro, no entanto nada fica por passar, o lema é da corda para a tábua), todo o resto é sinónimo de coisas boas. Mas cozinhar é sem duvida o mais especial, um ato de relaxamento para mim, funciona como uma espécie de terapia e meditação. Tem sido assim desde jovem, em regra geral bolos e sobremesas eram responsabilidade minha, e a aventura de refeições salgadas, fora do tradicional que a minha mãe sempre confeccionava, eram uma constante, com a minha irmã como cobaia.
Posso dizer que o ato de cozinhar me manteve (e mantêm) sã. Descobri, especialmente numa fase muito complicada, que cozinhar me fazia particularmente bem, momentos de prazer e de escape que me fazem encontrar com o meu eu interior. Apura-me os sentidos, a criatividade, a imaginação e a intuição.
Cozinhar e todos os processos que me levam lá, são uma espécie de ritual para mim. Tudo começa pelas refeições do fim-de-semana, vou pensando e organizando ao longo da semana. Nessa base surgem naturalmente os jantares semanais e as marmitas, tentando não repetir. Muitas das vezes a época do ano, bem como produtos que vejo no supermercado a chamarem por mim, são também factores que fazem a diferença.
No dia a dia a cozinha é o nosso lugar de partilha, na correria dos dias é onde aproveitamos para nos encontrar, cuidar e mimar. Cozinhar é sempre um pouco mais a correr, tenho que ser mais prática pois também tenho que preparar três marmitas para o dia seguinte. Habitualmente aos jantares opto por refeições mais simples e mais leves, mas os almoços têm de ser mais cuidados porque são para aquecer.
Já ao fim de semana tudo muda, as refeições são mais elaboradas, principalmente nos dias mais frios em que apetece refeições mais reconfortantes. Como anoitece mais cedo, acendo velas e o forno não têm ordem de descanso, aproveito sempre para fazer um bolo e biscoitos para durante a semana. Final de tarde de um sábado e eu na minha cozinha, é sinonimo de modo paz. Nada fica de fora de preparo, os aromas misturam-se, a mesa posta sempre bonita, tudo fica tão acolhedor e a magia acontece.
Valorizo ao minuto o tempo que passo neste meu lugar especial. É o que mais gosto de fazer: cozinhar e amar. Cuido de mim e cuido dos meus. E agradecer, sempre, todas as coisas boas que têm acontecido na minha vida. E é assim mesmo!