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Para mim, a cozinha é sem duvida um lugar muito especial. O coração da minha casa. É onde passo grande parte do meu tempo quando estou em casa, e não é só para cozinhar. Neste espaço há uma energia que merece uma maior atenção. É onde fazemos todas as nossas principais refeições, celebramos dias especiais, recebemos visitas, petiscamos, bebemos um copo de vinho (ou chá) ou simplesmente convivemos. É também na cozinha que trato da roupa, faço os meus trabalhos manuais e cuido das minhas plantas.
Com excepção de passar a ferro (céus…como eu detesto passar a ferro, no entanto nada fica por passar, o lema é da corda para a tábua), todo o resto é sinónimo de coisas boas. Mas cozinhar é sem duvida o mais especial, um ato de relaxamento para mim, funciona como uma espécie de terapia e meditação. Tem sido assim desde jovem, em regra geral bolos e sobremesas eram responsabilidade minha, e a aventura de refeições salgadas, fora do tradicional que a minha mãe sempre confeccionava, eram uma constante, com a minha irmã como cobaia.
Posso dizer que o ato de cozinhar me manteve (e mantêm) sã. Descobri, especialmente numa fase muito complicada, que cozinhar me fazia particularmente bem, momentos de prazer e de escape que me fazem encontrar com o meu eu interior. Apura-me os sentidos, a criatividade, a imaginação e a intuição.
Cozinhar e todos os processos que me levam lá, são uma espécie de ritual para mim. Tudo começa pelas refeições do fim-de-semana, vou pensando e organizando ao longo da semana. Nessa base surgem naturalmente os jantares semanais e as marmitas, tentando não repetir. Muitas das vezes a época do ano, bem como produtos que vejo no supermercado a chamarem por mim, são também factores que fazem a diferença.
No dia a dia a cozinha é o nosso lugar de partilha, na correria dos dias é onde aproveitamos para nos encontrar, cuidar e mimar. Cozinhar é sempre um pouco mais a correr, tenho que ser mais prática pois também tenho que preparar três marmitas para o dia seguinte. Habitualmente aos jantares opto por refeições mais simples e mais leves, mas os almoços têm de ser mais cuidados porque são para aquecer.
Já ao fim de semana tudo muda, as refeições são mais elaboradas, principalmente nos dias mais frios em que apetece refeições mais reconfortantes. Como anoitece mais cedo, acendo velas e o forno não têm ordem de descanso, aproveito sempre para fazer um bolo e biscoitos para durante a semana. Final de tarde de um sábado e eu na minha cozinha, é sinonimo de modo paz. Nada fica de fora de preparo, os aromas misturam-se, a mesa posta sempre bonita, tudo fica tão acolhedor e a magia acontece.
Valorizo ao minuto o tempo que passo neste meu lugar especial. É o que mais gosto de fazer: cozinhar e amar. Cuido de mim e cuido dos meus. E agradecer, sempre, todas as coisas boas que têm acontecido na minha vida. E é assim mesmo!